Resgatando a Verdade
Essa espaço tem como principal objetivo ser um canal de divulgação da GRAÇA DE DEUS, visando informar pessoas sobre o verdadeiro Evangelho, abrir os olhos de pessoas de boa fé que têm sido enganadas, exploradas e extorquidas por falsos mestres, falsos pastores e mercadores da Palavra. Precisamos ser atalaias em nossos dias, RESGATANDO A VERDADE em tempos de apostasia.
domingo, 18 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Reportagem da Revista época
Irani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.
Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.
Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.
Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.
Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”
Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”
Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”
Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”
Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”
No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.
“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”
Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”
Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.
Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.
O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”
A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”
Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.
Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.
O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”
A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”
Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”
O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.
Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão , Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.
A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”
Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.
A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.
O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”
A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.
FONTE: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI161475-15228,00-A+NOVA+REFORMA+PROTESTANTE.html
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
A ESSÊNCIA DE DEUS
O mundo há de passar e toda profecia
Os dons, as línguas e tudo mais que existir
Porém como aquele que foi Hoje é e pra sempre há de ser
O amor é a essência de Deus
E pra sempre também vai viver
Bondoso e sem rancor, fiel e consciente
Humilde e sofredor, espera tão somente
Justo e verdadeiro, tudo suporta e tudo crê
Tão puro e perfeito é o amor
Não busca interesse ou favor
Mistério, expressão, vida e luz do Senhor
Se eu pudesse saber destinos ou futuros
Fazer mover as montanhas com minha fé
Se eu pudesse falar qualquer língua
Em qualquer lugar
E desse os meus bens ao mais pobre
Ou morresse em favor de alguém
Se não tivesse amor, de nada valeria
Se não tivesse amor, proveito algum teria
Fria e sem razão a vida, então, passaria
Vazio seria o falar
Um sino que insiste a tocar
Se dentro de mim não valesse o amor
domingo, 8 de junho de 2008
Evangelho tipo "feira livre"
As igrejas estão lotadas de pessoas que aprendem todas as regras, são entupidas de dogmas, mas continuam distante do evangelho da Graça.Nunca passaram pela cruz. Nunca perceberam que somente através de Cristo somos reconciliados com Deus, retirados do Império das trevas e transportados para o reino do filho do seu amor, que Jesus é o único caminho que nos leva a Deus. São ensinados a praticarem todo tipo de sacrifício próprio, mas não reconhecem que o único sacrifício pelo qual importa que sejamos salvos é o sacrifício de Cristo, onde tudo foi consumado. Eles não são levados a conhecerem a Verdade. Não passam por esse único Caminho que é Cristo por que estão preocupados em barganhar as bênçãos, reivindicar de Deus os “direitos de filhos do Rei”, aprenderam que seus atos proféticos é que trarão à existência os seus desejos, querem “determinar” suas vitórias, e com isso, permanecem longe de Deus. O mundo gospel “cor de rosa”, com todas as suas ilusões e fantasias, tem sido como fumaça na vida de toda essa gente, fazem muito barulho, muito show, muita “performance” espetacular, muitos efeitos especiais para fascinar o povo, mas não há verdade, não há vida, está distante do Caminho. Porém o pseudo-evangelho tipo feira-livre continua em alta, por que este atrai as multidões, oferecendo de tudo que agrada ao ego do homem, oferecem um “deus” ao gosto do freguês, vendendo seu nome a preço de banana. E nesse engano, os homens aprendem diversos vícios religiosos, decoraram todos os chavões evangélicos, dançam, cantam, pulam, esbravejam... porém o mais simples e indispensável não percebem: que o verdadeiro evangelho, sem plumas e paetês, mas com toda sua simplicidade, é que salva o pecador.
domingo, 27 de abril de 2008
Idolatria Evangélica: onde estamos fundamentados?
Muitos evangélicos entendem como idolatria apenas o fato de pessoas adorarem imagens de escultura, motivo esse que sempre foi principal ponto de divergência com os católicos. No entanto temos visto tantos absurdos nas igrejas Evangélicas que podemos questionar até que ponto a IDOLATRIA, ainda que de forma diferente, têm sido uma realidade assustadora entre nós.
O QUE SERIA IDOLATRIA?
Apenas alguém adorar a imagens? Certamente que não! IDOLATRIA é tudo aquilo que “substitui” a Pessoa de Jesus Cristo. No trecho bíblico que citei no começo desse texto vemos Paulo ensinar que ninguém pode lançar outro fundamento além do que já foi posto, que é Cristo. Quando passamos a lançar outros fundamentos que não seja Jesus, logo estamos tentando substituí-lo e por isso nos tornamos IDÓLATRAS. As igrejas evangélicas não possuem imagens de “santos” nem de outros deuses, mas muitos praticam a idolatria devido a tantos outros “fundamentos” que se têm lançado, como se a simplicidade do Evangelho de Cristo já não bastasse. Não é a toa que Paulo alerta: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” 2 Co 11:3 .
Como os evangélicos têm se afastado da simplicidade que há em Cristo! Como têm lançado tantos outros fundamentos fora de Cristo e por isso, se tornando idólatras! Enquanto o único fundamento que deveríamos estar arraigados,que é Jesus, nos deu a certeza de que tudo já havia sido consumado na cruz, muitos líderes e pastores insistem em lançar tantos outros fundamentos. Podemos constatar isso mediante aos falsos ensinos e heresias que estão se alastrando dentro das igrejas. Ao invés de pregarem Cristo como único Caminho que nos leva à Deus através de sua graça, muitos persistem em acrescentar tantas outras coisas, utilizando-se de passagens bíblicas fora de contexto e interpretações equivocadas. A morte de Jesus têm sido desprezada, dando espaço para tantas outras formas de redenção e justificação, como se o sacrifício pleno e perfeito não fosse o suficiente. Induzem ao povo a confessarem pecados cometidos desde a infância, como se na Cruz não tívessemos a total redenção deles. Como se o perdão e a vida nova em Cristo não existissem, não aceitando apenas o favor imerecido de Deus que não se lembra mais das nossas trangressões. Ensinam que devemos nos “judaizar”, tocar shofar, guardar sábados, adorar réplicas mal feitas da arca da aliança, como se o véu do santuário não estivesse rasgado e como se o Santo dos Santos já não estivesse aberto para nós através do sangue de Cristo. Enquanto a bíblia nos revela as maravilhas de Deus através de Jesus, muitos preferem os rituais e as técnicas, tantos outros fundamentos fora do Salvador.
“E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo”. Mc 15:38
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, PELO SANGUE DE JESUS, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é , pela sua carne;” Hb 10:19-20.
Como se fosse pouco a barbaridade de tentar anular a Graça e lançar o fundamento da lei, muitos têm tentado corromper o Evangelho e acentuar a ganância do homem lançando outro fundamento, que é a cobiça. A teologia da prosperidade tem colocado dentro das igrejas um altar pra o deus da riqueza, mamom.Toda sorte de barganhas e negociações têm sido ensinada aos cristãos, inclusive atribuindo o tamanho da “bênção de Deus” aos bens materiais que se possui, como se nossa herança não fosse eterna.
Inúmeros amuletos e elementos de idolatria também têm sido valorizados em nosso meio, como se esses, em si mesmos, possuíssem poder para liberar bênçãos divinas. Podemos iniciar a lista dos patuás gospel com o “óleo ungido”, que é a água benta dos evangélicos, utilizado como “ativador” de unção e milagres, vendidos de várias formas em pequenos vidrinhos com instruções para “ungir” paredes, portas, comida e até cuecas dos maridos mais assanhados, tipo “simpatia” para afastar maus fluídos. Na onda do sincretismo religioso, encontramos também as pulseiras proféticas, que segundo seus inventores, “eles resolveram colocar 12 miçangas azuis, representando o derramar do Rio do Leão (estranha doutrina que eles dizem ter recebido de Deus) 12 vezes mais do que vemos hoje e quatro coloridas, representando os quatro seres (referindo-se a unção dos 4 seres viventes), repetidos quatro vezes na pulseiras”, e elas servem para lembrar a eles de orar para que essas doutrinas sejam espalhadas, tipo um terço gospel. Sem falar nos saquinhos mega-hiper-super milagrosos contendo areia da terra santa, garrafinhas com água do Rio Jordão, as fogueiras santas, as rosas ungidas e tantas outras práticas ocultistas e supersticiosas com roupagem evangélica.
Dessa forma, como podemos chamar de idólatras aqueles que se curvam diante de esculturas, se nós temos as nossas próprias idolatrias personalizadas ao melhor estilo gospel????
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” Gálatas 1:6-9
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Simão, o mágico e os falsos profetas atuais-qualquer semelhança não é mera coincidência!
“E estava ali um certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele um grande vulto.
Ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder.
E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.” Atos 8:9-11
Simão, o mágico (ou feiticeiro), vivia em Samaria e sua magia era bem conhecida por lá. Segundo as Escrituras, ele ludibriava o povo, insinuando ser ele um “grande vulto”, ou seja, convencia a muitos de que era um homem dotado de “poderes especiais”. O povo parecia bastante impressionado com tanto “poder”, conforme podemos constatar no trecho bíblico citado acima. Tamanho era o domínio exercido pelo feiticeiro sobre aquele povo, que era enganado e manipulado por ele, que desde o menor até o maior o aclamavam dizendo ser ele “um homem poderoso de Deus ou O Grande Poder”, e a bíblia deixa bem claro que o povo assim agia por que já haviam sido iludidos por sua arte mágica. Fica muito evidente na passagem de Atos que Simão atraía e conquistada admiradores através de suas magia, sinais e prodígios de engano.
Alguns teólogos sugerem que Simão-o mágico tinha ligação com o Gnosticismo, uma seita que propagava heresias, alegando que a pessoa ganhava a salvação não por mérito de Cristo, mas por possuir um “poder especial de Deus”, por ser dotado de um conhecimento especial, diferente dos cristãos comuns, que lhe reservava o direito de ser superior, ser cheio do poder, por isso o povo idolatrava Simão, chamando-o de “o poder de Deus”. Mais tarde, ao se encontrar com os apóstolos de Jesus, esse mágico tentou negociar o poder do Espírito Santo, oferecendo dinheiro para eles, supondo que pudesse negociar o dom de DEUS.
Vejo hoje em dia esse mesmo Gnosticismo, disfarçado de Cristianismo, em muitos homens que se dizem “cheios do poder”, como se possuíssem um “conhecimento privilegiado”, arrastando multidões atrás de si, manipulando a massa de manobra que os idolatra, por acreditar, assim como aquele povo de Samaria, que esses falsos profetas são “homens especiais de Deus”. Existem atualmente muitos “mágicos” dentro das igrejas evangélicas que sugerem ao povo serem eles homens dotados de poderes especiais, de uma “intimidade acentuada”, ludibriam o povo com seus sinais e prodígios de mentira, com suas unções mirabolantes, com seus supostos milagres, se auto-denominam “ungidos do Senhor”, semi-deuses intocáveis, inquestionáveis e possuidores de direitos e poderes extraordinários, que os diferenciam dos “cristãos comuns”. Ameaçam em nome de Deus, intimidando pessoas, sob ameaça de “severa punição” de Deus sobre os que se opuserem à eles. Usam de todo tipo de técnicas persuasivas sobre as pessoas, fazendo-as acreditar serem eles “ cheios da unção e do poder”, oferecendo ao povo suas mágicas gospel como o “milagre do dente de ouro”, seus óleos ungidos miraculosos que curam até a dengue, suas propagandas que divulgam seus ministérios “avivalísticos” prometendo cura, ressurreição de mortos, emagrecimento instantâneo através de oração fervorosa, pulseiras proféticas, prosperidade e riqueza através da barganha, imposição de mãos "cheios do fogo" que fazem cair, palitós ungidos que fazem as pessoas caírem tipo "efeito dominó" (basta o pastor poderoso jogar seu terno e todo mundo se estabaca no chão), promessa de trazer a pessoa amada em três dias(tipo pai de santo charlatão) e outras bizarrices semelhantes a essas...
- Esses que alegam terem poderes especiais e superiores são cristãos ou gnósticos?
- Poder de Deus ou fruto do engano?
- E o povo? Continuarão eles a seguirem resultados e sinais, sem antes provar se é mesmo de Deus?
E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 Pedro 2:1
Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Marcos 13:22
AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 1 João 4:1 .
Viviane Pinheiro
A parábola do Pink e Cérebro-texto de Alex Lira
Os estúdios da Warner Bros. em parceria com o famoso cineasta Steven Spielberg, criaram a alguns anos um desenho animado curioso, “O Pink e o Cérebro”. O desenho narra as aventuras de dois ratos de laboratório, onde o “Cérebro” é um rato baixinho e com uma gigantesca cabeça, que além de muito inteligente, também é acometido de uma megalomania crônica, cujo objetivo diário é “tentar dominar o mundo”, e o seu parceiro o “Pink” é um rato mais alto que adora se exercitar na sua gaiola, cuja imbecilidade acaba sempre estragando os planos maquiavélicos do Cérebro. Eles são parceiros inseparáveis, cujos interesses convergem apenas no fato que o Pink vê no Cérebro o seu melhor amigo, e o Cérebro vê no Pink apenas uma “mão-de-obra” barata.
Há neste desenho animado uma parábola pós-moderna das relações eclesiásticas, dos interesses que permeiam a cristandade evangélica dos nossos dias. Mas o que é uma parábola? A parábola é uma forma de contar uma verdade, utilizando-se de elementos do cotidiano. Essa era a forma preferida utilizada por Jesus para falar as verdades eternas do Reino de Deus para as pessoas comuns, de modo que os mais simples poderiam alcançar a compreensão das suas palavras, e quiçá, os significados profundos dos seus ensinamentos. Vemos em nossos dias inúmeros exemplos da megalomania que se apoderou da mente e do coração dos nossos líderes (nem todos, porém uma grande parte.), dos homens e mulheres que, a priori, foram chamados para “apascentar” almas, para cuidar de vidas, para conduzir este povo tão sofrido e sem direção a Jesus, mas em lugar disto, tornaram-se “empresários” que falam em nome de Deus, como se tivessem adquirido uma franquia de representação comercial do Reino de Deus e seus derivados. Por exemplo, se observarmos o nome de alguns estabelecimentos com a alcunha de “igreja cristã”, notamos claramente a “síndrome de Cérebro”: “....do Avivamento MUNDIAL” (mesmo que só possua uma sala e poucos membros!), “.... uma visão MUNDIAL”, “....INTERNACIONAL de não-sei-o-que”, e por aí vai. Caso você não tenha notado, a maioria dos logotipos das igrejas tem um globo terrestre com uma pomba, ou um fogo, ou símbolos cristãos dos mais diversos.
O grande problema disto, não reside apenas no fato da liderança evangélica no Brasil estar preocupada com o tamanho do seu “rebanho” ou na projeção do seu “ministério”, mas nos meios em que estão utilizando para alcançar os seus objetivos (nós não somos discípulos de Maquiavel, sim de Jesus Cristo, caso o tenham esquecido alguns de nossos líderes!). As relações que se estabelecem dentro de muitas igrejas (escrevo com “i” minúsculo,pois refiro-me a instituição e não ao “Corpo de Cristo”) são de uma superficialidade espantosa, onde as pessoas não são a prioridade e sim os números que elas representam, não são constituídos vínculos fraternais autênticos, mas um jogo de interesses, quase um “fast-food” espiritual.Em nome do Reino de Deus, muitos “atropelam” as pessoas, e se esquecem que o Reino de Deus estabelece-se nas (e através das) pessoas, e que sem elas não existe Reino. Na ânsia de “tentar dominar o mundo”, nesta sede pelo poder (e o pior é que o poder religioso estabelece-se em nome de Deus) perdem a essência de sua missão, perdem a essência do seu próprio ser, como já dizia o próprio Jesus: “o que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mt 16.26a).
Mas e o que dizer dos “Pinks”? Será que algum dia vão perceber a sua própria força e passar a viver sem a tutela dos “Cérebros eclesiásticos”? Estarão eles fadados a serem “massa de manobra” ou a superficialidade dos relacionamentos e os constantes fracassos lhes produzirão uma consciência mais amadurecida? Não tenho respostas. A liberdade assusta, é mais fácil e cômodo viver sob a tutela de alguém, do que andar por fé e de acordo com a consciência que o Espírito Santo gera em nós. Precisamos uns dos outros sim, porém estas relações de poder destituídas de amor e amizade, só servem para criar “castas espirituais” adoecer a nossa alma.
A diferença entre esta parábola da vida eclesiástica moderna e o nosso futuro como Igreja, reside no propósito e no roteiro escrito pelos autores. “Deus não joga dados” declarou Albert Einstein, encontrando no Universo um propósito em sua ordem, e além de um propósito a Bíblia declara que “Deus é amor” (I Jo 4.16). Creio de todo meu coração que vale a pena continuar a crer na igreja, como um projeto que dignifica o ser humano, e como expressão de comunhão entre os salvos, e também como agente de implantação dos valores éticos do Reino de Deus. Creio ser possível servirmos a Deus, enquanto servimos ao próximo, porque somente assim, através do amor não fingido e do serviço desinteressado, é que seremos conhecidos como discípulos de Cristo (Jo 13.35).
Continuemos seguindo a Jesus, que não precisa “tentar dominar o mundo”, pois n’Ele, por Ele e para Ele é que existe todo o Universo.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Teologia da determinação e reivindicação?? Podemos exigir de Deus?
“Então o tentador, aproximando-se, disse: Se é filho de Deus MANDA que essa pedra se transforme em pães”. MT 4:3
Infelizmente hoje nas igrejas temos visto muitos serem levados por ventos de doutrina, como por exemplo, a teologia da determinação e reivindicação, em que o povo é ensinado por seus pastores a determinarem as suas bênçãos e a reivindicarem de Deus as suas vitórias e “direitos”, porém a verdade é que esse ensinamento equivocado possui o mesmo princípio satânico que vemos no versículo bíblico acima, onde satanás tenta induzir a Jesus a “determinar” ou “reivindicar” que a pedra se torne em pão: “Manda que essa pedra se torne em pão...”
Podemos perceber que satanás lança sua proposta: mande,ordene,reivindique de Deus que transforme essas pedras em pão, Ele tem que satisfazer a sua vontade, se você é filho mesmo você pode. Jesus rejeitou essa proposta. O princípio satânico é o mesmo dessa teologia que parece querer colocar o homem na posição de comando, onde o povo é incentivado a dar ordens a Deus, tentando colocar o homem no comando, a criatura ordenando ao Criador.
Doutrinas de demônios
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios.” I Tm 4:1
Ensinam, dentro dessa falsa doutrina, a “confissão positiva” onde dizem que a palavra do homem, ao ser pronunciada, tem “poder” e por isso deve-se ordenar e reivindicar algo através do poder de sua palavra e assim, ativada pela “fé”, um poder será liberado e aquilo vai acontecer e seus desejos serão realizados, como na feitiçaria que ensina justamente que uma palavra de comando previamente determinada deve ser ativada e assim aquilo que você deseja é liberado. Podemos, então, discernir que essa doutrina da determinação possui o mesmo princípio ocultista utilizado por religiões satânicas, trazendo assim doutrinas de demônios, sorrateiramente, para dentro das igrejas.
Somos servos ou senhores?
“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis; Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3:4-5
Ora, se o poder será “ativado” pela palavra “poderosa” (confissão positiva) do homem, o poder e o comando são do homem e não mais do Senhor, logo este estará independente de Deus, justamente como a serpente sugeriu a Eva no Éden conforme o versículo acima, a sedutora oferta de ser igual a Deus, a estar no comando, a ser independente do Senhor, conforme um dia Lúcifer desejou,ele quis tomar o lugar de Deus e ainda hoje quer implantar no homem a mesma semente de rebelião.
Na verdade, os tais pastores que pregam esse engano, não passam de instrumentos de suas próprias cobiças. O povo, por sua vez, também atraídos pela sua própria cobiça e querendo um Jesus “instantâneo” para satisfazer seus desejos e caprichos acabam sendo presas fáceis para esse tipo de “negócio”, ou seja, é a clientela e os mercenários da fé, uns mercadejam a Palavra de Deus e vendem Jesus por “trinta moedas de prata”, propagando um evangelho falso, porém muito lucrativo, que enche suas igrejas, enquanto, por outro lado, o povo aceita prontamente tais ofertas, pois querem garantir suas bênçãos, afinal o homem tem essa tendência de querer satisfazer seus anseios e assim são iludidos e persuadidos, tornando-se massa de manobra nas mãos de lobos devoradores.
Deus é soberano
Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte. (I PE 5:6)
Deus é soberano e não divide sua glória com ninguém. Todo poder foi dado ao Senhor no céu e na terra, e nós homens, recebemos as bênçãos de Deus pela sua graça, que significa favor IMERECIDO, e não um direito a ser reivindicado.
A bíblia nos ensina a nos humilharmos e nos sujeitarmos a Deus, a clamarmos, suplicarmos, pedirmos e não ordenarmos nada. Quem mandou Jesus ordenar que as pedras se tornassem em pão foi o diabo. Jesus recusou a oferta de satanás. Ele disse que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus. Que nós também venhamos a recusar e viver segundo a Palavra de Deus. Somos servos e Ele é o Senhor!
G-12 a apostasia se espalha!
Deus tem me despertado e me inclinado a observar acerca de tudo que nos adverte as escrituras sobre os últimos tempos, envolvendo a apostasia e a preparação para o reinado do anticristo. Conforme diz a bíblia, o espírito do anticristo já opera e a carta que nos adverte isso é direcionada para a igreja e não ao mundo, como vemos em I João 2-18 e 19:
“Filhinhos, já é a última hora, e como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram do nosso meio, entretanto não eram dos nossos...”
A Palavra nos revela acerca dos falsos profetas que estão entre nós e que a apostasia já está instalada dentro das igrejas, alcançando a muitos e levando multidões a seguirem outro evangelho, que não é o de Cristo, mas outro, que aponta para o anticristo e contribui para o surgimento do reinado do mesmo que um dia se manifestará. Vejamos em II Tessalonissenses 2:7:
“Com efeito, o mistério da iniquidade já opera...”
E ainda em II Pedro 2:1 e 2:
“Assim como, no meio do povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até o ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguiram suas práticas, e será infamado o caminho da Verdade.”
Vejamos o que diz em I Timóteo 4:1 e 2:
“O Espírito afirma expressamente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem espíritos enganadores e a ensino de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência”
Repare que essa advertência de Paulo é direcionada à Timoteo, ou seja, é para a igreja, e não para os que estam fora dela. Perceba que a apostasia não significa necessariamente sair da igreja, mas é implantada dentro dela, por líderes que têm suas próprias mentes cauterizadas e que levam alguns a obedecerem a ensinos de demônios e a espíritos enganadores.
O que é apostasia? é o abandono da verdade,é o desvio da sã doutrina.
O plano de satanás é introduzir na igreja elementos cristãos falsificados, fazendo a igreja apostatar, ou seja, abandonar a Verdade, muitas vezes acreditando continuar nela (“Meu povo perece por falta de conhecimento”), pois se a pessoa está dentro da igreja aprendendo uma falsa verdade e um falso evangelho sem saber que aquilo não é o verdadeiro evangelho de Cristo, a apostasia se espalha muito sutilmente. Ficam seduzidos e distraídos com o engano dentro de Instituições que acreditam ser de Deus.
Vejamos algumas heresias e falsas doutrinas que estão sendo introduzidas sutilmente, que já vêm corrompendo o caminho da verdade, implantadas sorrateiramente com princípios de feitiçaria e religiões ocultistas dentro de muitas igrejas, geralmente implantada em um conhecido “encontro com Deus” do movimento G-12:
Cura interior e visualização;
Confissões de pecados para homens (inclusive os do tempo da ignorância);
Unção do riso;
Quebra de maldições;
Jejum de palavras;
Teoria budista que afirma ser o homem um deus ou semi-deus
Unção dos quatro seres viventes e outras “unções” absurdas.
· Cura interior e cura de memórias - para serem “curadas” de traumas as pessoas são induzidas a “recordar” os momentos passados desde que estavam na barriga de suas mães, visualizando “Jesus” em cada um desses momentos, com o intuito de “superar” possível rejeição, mágoas e abusos, para assim perdoarem pessoas e até mesmo a Deus por terem lhe feito mal, levando-as a uma verdadeira histeria com auxílio de músicas que mexem profundamente com o emocional, utilizando artifícios da musicoterapia. Essas práticas na verdade não passam de técnicas de psicoterapia em roupagem de “evangelho” misturada à regressão e visualização, essas já usadas há tempos por antigos xamãs e gurus orientais.
· Teoria budista que afirma ser o homem um deus ou semi-deus-(as maiores seitas do mundo pregam isso,INCLUSIVE OS BUDISTAS, e agora alguns pastores)-Essa perigosa e falsa teoria na verdade induz ao homem a querer ser um semi-deus, exatamente como foi proposto à Eva pela serpente no Edén, quando ela foi persuadida a comer o fruto da árvore para ser igual a Deus, para obter,assim como Deus, o conhecimento do bem e do mal, e se tornar um semi-deus, era exatamente esse princípio por trás da oferta da serpente.Hoje essa mesma proposta está sendo oferecida por muitos pastores. Assim como lúcifer um dia quis ser deus, hoje ele induz o homem a querer também ocupar o lugar de senhor e não mais de servo. Somos servos de Deus e filhos por adoção, mas não somos deuses. Só o Senhor é Deus. Em 2 Ts lemos:
“o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, OSTENTENDO-SE COMO SE FOSSE O PRÓPRIO DEUS”
Sabemos que aquele que ostentará a ser o próprio Deus é o homem da iniqüidade, logo esse princípio de ser semi deus provém do espírito do anticristo que já opera, e não de Deus.
· Jejum de palavras (três dias sem falar com ninguém para alcançar maior espiritualidade, como em retiros budistas onde eles são proibidos de falar com alguém para alcançar um estado zen, entrar em transe e alcançar o nirvana).
· Unção do riso- pessoas riem descontroladamente, ao ponto de algumas vomitarem e rolarem no chão sem conseguir parar, e ainda chamam isso de unção vinda do doce Espírito Santo. Como podem admitir tal coisa como sendo de Deus? O Espírito de Deus é Santo e não contradiz a Palavra que Ele mesmo inspirou a ser escrita, se temos lá em Gálatas 5: 22 E 23 que um dos frutos do Espírito é a mansidão, tranqüilidade e domínio próprio, como podem dizer que o Santo Espírito faria isso com os seus?
· Quebra de maldições hereditárias- Induzem inclusive cristãos a acreditarem que ainda precisam quebrar maldições hereditárias. Totalmente contrário aos ensinos bíblicos:
Em Ezequiel 18:20:
“A alma que pecar essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho...”
E ainda:
“De sorte que os que são da fé são BENDITOS com Abraão” Galatas 3:9
“Cristo nos resgatou da maldição da lei fazendo-se maldições por nós...”Gálatas 3:13.
Nós não temos maldições hereditárias, pois estamos em Cristo!. Quem serve ao Deus segue a bíblia, e não o que homens pregam. E a bíblia diz que somos benditos e não malditos. Em Cristo se encerra toda maldição.
· Confissão de pecados para os líderes- pessoas são induzidas a formarem filas para que elas confessem seus pecados aos lideres do g-12 ,inclusive os do tempo da ignorância ,do qual Deus não mais se lembra, esquecendo que o tempo em que precisávamos de sacerdotes para intervir entre o homem e Deus foi abolido em Cristo, que nos reconciliou com Deus, rasgou-se o véu do santuário que fazia separação e nos abriu um novo e vivo caminho que nos leva diretamente a Deus,sem mais intervenção sacerdotal,conforme esse trecho:”Portanto irmãos tendo ousadia para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho...” Hebreus 10:19 e 20.
· “Unção dos 4 seres viventes”- pessoas se entregam à fábulas e heresias quando dizem que há uma “nova unção” vinda dos 4 seres viventes,aqueles citados em Apocalipse como sendo SEMELHANTES a um leão,a um novilho,a uma águia e a um homem.Equivocadamente, baseados nisso, ficam rugindo e engatinhando no chão caracterizando um leão ou imitando um cordeiro , batendo as mãos simulando um vôo de águia, como se um dos 4 animais se “manifestassem”nelas,como acontece em alguns rituais ocultistas em que homens acreditam receber espíritos de animais e agem dessa mesma forma.No entanto os 4 seres que a Bíblia cita apenas adoram ao Senhor dizendo: Santo, Santo, Santo..Sabemos que a unção que temos é a do Espírito Santo que não nos sujeita a ficar agindo como animais no chão,porém temos a unção que permanece em nós, não precisamos de outra,como diz em I Jo 2:27a: “E a unção que vós recebestes Dele FICA em vós...”
· Unção de Adão (acontece em alguns lugares adeptos ao g-12, não em todos)-ritual em que doze pessoas ficam nuas dentro de uma sala, buscando voltar à “pureza” que Adão possuía no Éden, bastante semelhante a cerimônias ocultistas. Não entendem que em Cristo TUDO FOI CONSUMADO e por meio dele seremos apresentados a Deus como noiva sem mácula.
· Unção da urina (acontece em alguns lugares adeptos ao g-12, não em todos)- alguns líderes ensinam seus discípulos a “ungirem” com urina determinados lugares para marcar território para Cristo, justificando tal ato alegando que os animais demarcam territórios dessa forma, naturalmente, ensinados por Deus.
· Unção de partes íntimas (acontece em alguns lugares adeptos ao g-12, não em todos)- onde pessoas são ensinadas a passar “óleo ungido” nas próprias partes íntimas para serem “libertas” de pecados sexuais. Tentativa de substituir o sangue de Jesus que nos limpa de todo pecado.
Conclusão
Em I Timóteo 1:3 e 4 Paulo escreve:
“Quando eu estava de viagem rumo da Macedônia te roguei permanecesses em Éfeso para admoestar a certas pessoas a fim de que não ensinem outra doutrina e nem se ocupem com fábulas;
Para que não mais sejamos como meninos inconstantes, agitados de um lado para o outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha de homens que, pela astúcia com que induzem ao erro.”
“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz essa doutrina, não o recebais em casa, nem lhes dê boas-vindas; porquanto aquele que lhe dá boas vindas faz-se cúmplices das suas obras más.” I Jo 1:9-11
Não podemos subtrair nem acrescentar absolutamente NADA no evangelho de Cristo, na Palavra de Deus Porque nossa suficiência está em Jesus. Na cruz Ele disse TUDO está consumado. Ninguém pode lançar outro fundamento além de CRISTO, por que senão estaremos negando seu sacrifício perfeito, sua obra no calvário. Jesus basta à igreja verdadeira, conforme lemos em I corintios 3:11: ”Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já foi posto, que é Jesus Cristo.”
Teologia da Prosperidade-o "evangelho de mamom"
Teologia da prosperidade
A Teologia da prosperidade é um falso ensino que afirma que possuir bens materiais e riquezas são “direitos” daqueles que seguem a Cristo, e que ser pobre significa estar debaixo de “maldição”, em pecado, sem fé ou autoridade para “reivindicar” seus “direitos”.
“Porque haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos, e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”. (IITm.4.3).
Deus de fato é um Pai amoroso e abençoador, que supre nossas necessidades, mas de acordo com a vontade dele, e não da nossa, afinal nós é quem somos seus servos e Ele o Senhor, e não ao contrário. Não podemos reivindicar ou exigir direito algum, pois tudo o que ele nos dá é pela graça, que significa favor imerecido, e não um direito a ser exigido.
Os pregadores da teologia da prosperidade ou do “evangelho de mamom” alegam ter seus templos sob a bênção de Deus, pois esses vivem cheios e suas filiais se espalham por todos os lados, mas na verdade eles usam de covardes estratégias para lotarem suas igrejas, pois estimulam a cobiça do povo, prometem garantia de prosperidade material e terrena, transformam as dificuldades humanas em “maldições a serem quebradas”, exploram a fé e a miséria do povo, que se tornam presas fáceis desse engano e, motivados pelo interesse ou pelo desespero financeiro, se aglomeram nesses templos, sendo iludidos e persuadidos a um evangelho de facilidades, desprovidos da Verdade em Cristo, são induzidos a barganharem com Deus através de suas ofertas/dízimos e aprendem a usar o nome de Jesus como um mero detalhe e “fórmula mágica” para adquirirem seus desejos e riquezas, e quando essas falsas promessas não se cumprem se tornam frustrados e feridos, culpando a Deus e se sentindo rejeitados por ele.
Multidão de sacrifícios, “ofertas generosas”, templos cheios, ajuntamentos solenes e grandes festas “em nome de Deus” nem sempre são agradáveis e aceitáveis ao Senhor, Leiamos Isaías 1:11 a 14 as Palavras do próprio Deus: “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios - diz o Senhor. Estou cansado dos holocaustos de carneiros e da gordura dos animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros e nem de bodes. Quando vinde para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes em meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs, o incenso é para mim abominação e também as festas de lua nova, os sábados e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada a ajuntamentos solenes.”
Jesus ou mamom?
“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer-se de um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará a outro. Não podeis servir a Deus e a mamom (riquezas).” Mt 6:24.
Nessa passagem o próprio Jesus compara as riquezas, a cobiça material a outro senhor, nos mostrando que é como servir a outro deus, a um ídolo. É IDOLATRIA PURA!!! Porém muitos têm escolhido servir a mamom, e vários pregadores e pastores estão levando a igreja a se prostrar diante de altar estranho, rejeitando a Jesus. Se aprendemos que é impossível servirmos a dois senhores, sem amar a um e aborrecer o outro, se um é opositor ao outro, qual o senhor que está sendo servido no meio do povo que aceita a teologia da prosperidade?
A palavra de Deus nos alerta que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm.6:10) e que “ onde está o seu coração, aí está o seu tesouro.”(Mt 6:21). O verdadeiro evangelho ensina que somos peregrinos e forasteiros nesse mundo (Hb.11:13), que nossa herança está na eternidade(Mt 25:34).
Aceitando a proposta de satanás?
Em Mt. 4: 8 e 9 foi lançada uma tentadora proposta:
“Levou-o o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e lhe disse: tudo isso lhe darei se prostrado me adorares”.
A Teologia da prosperidade nada mais é do que essa mesma proposta de satanás feita a Jesus na tentação do deserto, e que hoje está se estendendo a nós e sendo aceita no meio da igreja, e muitos, sem discernimento, não percebem que estão se rendendo à glória desse mundo com toda sua riqueza, cobiça, ostentação e poder, e se prostrando, conseqüentemente ao adversário. Porém Jesus, a quem dizem servir, se negou a aceitar, respondendo: “Então Jesus ordenou: Retira-te satanás, porque está escrito:Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto”.( Mt.4:10).
Que a igreja do Senhor possa seguir a JESUS, não se prostrando a mamom, não se rendendo às propostas cobiçosas de satanás, adorando apenas ao Senhor Verdadeiro e buscando as coisas lá do alto. Que possamos retirar do nosso meio os “bezerros de ouro” que muitos têm levantado, que toda idolatria seja dissipada para glória de Deus!
“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”. (I Tm.6:8 a 10).
Desmascarando o engano
· Somos abençoados pelo que possuímos? Não! Jesus nos responde em Lc.12:15b: “...porque a vida de um homem não consiste na abundancia de bens que ele possui”.
· Para Deus quem tem riqueza material, tem necessariamente riqueza espiritual? Não! Vejamos em Lc.12:20 e 21: “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo , mas não é rico para com Deus”.
· Para Deus aqueles que buscam apenas riquezas têm uma vida espiritual frutífera? Não! Leiamos em Mt.13:22: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocaram a Palavra, e ficaram infrutíferas”.
· Quem é pobre foi rejeitado, esquecido ou amaldiçoado por Deus? Não! Em Tiago 2:5 aprendemos: “Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do Reino que ele prometeu aos que o amam? Entretanto, porque menosprezais os pobres?”
· Os grandes homens de Deus tinham como principal característica os seus bens materiais? Não! Observamos: “Disse Pedro: Não tenho ouro, nem prata, mas o que tenho te dou. Em nome de Jesus Cristo, Levanta-te e anda!”.(Atos 3:6).
· Uma igreja pobre financeiramente também é pobre espiritualmente? Não! Vejamos a carta enviada à igreja de Esmirna em Ap.2;9a : “ Conheço a tua tribulação e a tua pobreza ( mas tu és rico)...”
· Imensas igrejas, luxuosas e ricas podem ser miseráveis e pobres diante de Deus? Sim! Vejamos parte da carta à igreja de Laodicéia, em Ap.3:17: “...pois dizem: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.”
· Um alerta de Jesus aos mestres que colocam aquilo que é material acima do Próprio Senhor: “ai de vós, guias cegos, que dizeis: quem jurar pelo santuário, isto é nada, mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou. Insensatos e cegos! Pois qual é o maior: O ouro ou o altar que santifica o ouro? E dizeis: quem jurar pelo altar, isso é nada, quem, porém jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou. Cegos! Pois qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?”. Mt. 23:16 a 19.
Conclusão
Como provamos através da Palavra de Deus, a prosperidade pregada pelos homens está muito aquém da verdadeira prosperidade na ótica do Senhor. Pobres podem ser prósperos, enquanto quem confia em suas riquezas podem ser, na realidade espiritual, miseráveis. As coisas do Espírito se discernem espiritualmente (I co 2:13) e não materialmente.
Sejamos ricos ou pobres, o Senhor não faz acepção de pessoas (Rm.2:11). Ele comprou com seu sangue pessoas de todas as tribos, raças, povos e nações. Ele não rejeita ninguém.
Se aprouver a Deus permitir que alguns de seus servos sejam ricos, a eles ele deixou essa orientação: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona para o nosso aprazimento, que pratiquem o bem e sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que alcanceis a vida eterna”.(I Tm. 6:17 a 19).
Aos que não possuem bens, saibam que nossa esperança não está nas coisas perecíveis desse mundo:
“Se nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes dos homens.” I Co 15:19
Viviane Pinheiro